Incontinência Urinária Feminina
25 de junho de 2018 by insiz840_wp
É a perda involuntária de urina pela uretra, fora da micção normal. Esta perda pode ser precedida de um esforço (tosse, espirro, risada, exercícios), de uma vontade urgente de urinar ou ambos.
A incontinência urinária tem grande impacto na qualidade de vida podendo interferir de forma importante em seu bem estar, sendo um problema de saúde pública em todo mundo.
A prevalência geral varia entre 14% e 34% da população feminina adulta.
Entre pessoas com idade superior a 60 anos, acredita-se que 30% a 60% tenham incontinência.
Entre os idosos que vivem em instituições (asilos ou casas de repouso), aproximadamente 50% apresentam incontinência urinária.
As mulheres são mais acometidas devido algumas características:
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Desvantagens anatômicas: uretra mais curta
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Gestações e partos (aumenta risco de perdas urinárias)
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Obesidade
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Falta de atividade física
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Constipação intestinal
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Queda do hormônio feminino (estrogêno) após a menopausa que ocasiona atrofia da musculatura pélvica.
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Cirurgias ginecológicas
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Infecções urinárias e vaginais
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Efeitos colaterais dos medicamentos (diuréticos, antidepressivos)
A deficiência hormonal pós menopausa proporciona a atrofia dos músculos do assoalho pélvico, responsáveis pelo controle do esfíncter uretral, que funciona como uma válvula que proporciona a continência urinária.
Também tem um papel importante nos idosos as alterações neurológicas e doenças crônicas como: diabetes, doença de Parkinson, derrame cerebral (AVC), demência senil etc.
Tipos de Incontinência Urinária
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Incontinência urinária transitória: ocorre em situações especiais, nas quais a associação de fatores que contribui para perda urinária, exemplos: infecções urinárias, cálculos vesicais (bexiga), tumores de bexiga etc. Em geral o sintoma desaparece com a resolução desses fatores.
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Incontinência urinária de esforço: é a causa mais comum. Ocorre devido a perda da sustentação (suporte) adequada da uretra quando do esforço abdominal, por enfraquecimento das estruturas pélvicas e perineal (músculo do assoalho pélvico). Pode estar associado a prolapso de bexiga (bexiga caída), útero ou intestino. É mais frequente em mulheres que tiveram partos vaginais. Comumente os esforços abdominais durante: tosse, espiro, sorrir, carregar peso etc, desencadeiam perda urinária.
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Incontinência por urgência miccional (urge-incontinência): A perda ocorre devido o aparecimento de contração involuntária da bexiga (que não pode ser evitado voluntariamente). Proporciona vontade imediata e forte de urinar em intervalo cada vez menores (aumento da frequência miccional).
A bexiga pode ser chamado de “bexiga hiperativa”
Nestes casos não existe doença neurológica evidente.
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Incontinência por insuficiência esfincteriana (intrínseca): Neste tipo de incontinência, não existe atividade muscular na uretra capaz de promover sua oclusão adequada e isso independe da mobilidade da uretra ou dos esforços abdominais.
No caso, o esfíncter uretral (válvula muscular na uretra) não funciona adequadamente.
Exemplos: lesão da inversão da uretra: fraturas de bacia, trauma cirúrgico etc.
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Incontinência urinária mista: Associação de dois tipos: esforço + urge-incontinência.
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Incontinência neurogênica: Ocorre quando houver lesões do sistema nervoso que afetam o comportamento de bexiga e do esfíncter uretral. Podendo gerar hiperreflexia ou atônia comum em trauma raquimedular (fratura na coluna).
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Incontinência paradoxal (transbordamento): A perda urinária acontece por superenchimento vesical (bexiga fica tão cheia que transborda). Pode ser causada pelo enfraquecimento do músculo da bexiga ou pela obstrução à saída da urina.
Exemplo: distúrbios neurológicos, doenças crônicas: diabetes, alcoolismo, etc.
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Incontinência por fistulas: Comunicações do ureter, bexiga ou uretra com a vagina.
Decorrente da cirurgia pélvicas, radioterapia etc.
Diagnóstico
A) Historia médica:
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Inicio do sintoma (perda urinária)
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Frequência e características
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Uso de medicamentos
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Presença de constipação intestinal
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Cirurgias e tratamento pélvicos
B) Exame físico direcionado
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Ginecológico
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Neurológico
C) Exame de urina
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Afastar infecção
D) Ultrassom
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Avaliação das estruturas pélvicas
E) Cistoscopia
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Endoscopia da uretra e bexiga para a avaliação da integridade destas estruturas.
F) Exame urodinâmico (vide urodinâmica)
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Avalia as funções da bexiga e uretra, capacidade de armazenamento, esvaziamento, força do esfíncter (válvula uretral) etc.
Tratamento
O tratamento da incontinência urinária depende do tipo de incontinência, da causa e da gravidade do quadro, por vezes pode ser necessária uma combinação de tratamentos.
A opção geralmente é por tratamentos menos invasivos inicialmente e caso necessário após os mais invasivos (cirúrgicos).
1- Tratamento conservador:
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Treinamento da bexiga e micções programadas: (com objetivo de aumentar progressivamente os intervalos entre as miccções);
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Dieta: com controle de fluidos (reduzir consumo de líquidos, evitar: cafeína, álcool, alimentos ácidos). Aumentar consumo de fibras, perder peso, estimular atividade física.
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Reabilitação da musculatura do assoalho pélvico: exercícios para fortalecer os músculos que ajudam a controlar a micção (orientados por fisioterapeutas).
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Estimulação elétrica: eletrodos são inseridos na vagina ou no reto ou na inervação do tornozelo para estimular e fortalecer os músculos do assoalho pélvico.
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2- Tratamento medicamentoso:
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Estrogênio tópico: cremes a base de estrógeno → exemplo: promestrieno que podem ser utilizados na vagina.
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Anticolinérgicos: que inibem as contrações na bexiga exemplo: Oxibutinina, Tolterodina, Solifenacina, Darifenacia.
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Beta agonistas: aumentam a capacidade da bexiga exemplo: Mirabegron.
3- Tratamento minimamente invasivos:
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Injeção periuretral (injeção de material sintético no tecido ao redor da uretra, que proporciona o fechamento da uretra)
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Toxina Botulínica tipo A (Botox): inibe a contração da musculatura da bexiga (diminui a incontinência por urgência).
4-Estimuladores de nervos sacrais (Neuro estimulação-neuromodulação):
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Inibem a contração dos músculos da bexiga (incontinência de urgência refrataria a outros tratamentos).
Estimulação de raízes sacrais que proporcionam controle das contrações da bexiga em casos especiais de incontinência urinaria de urgência e bexiga hiperativa refrataria a tratamento convencional.
5- Tratamento cirúrgico
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A) Sling:
Faixas de tecido sintético ou do próprio corpo, que são colocados em torno da uretra e do colo da bexiga: com o objetivo de manter a uretra na posição ideal durante as manobras de esforço (tosse, espirros etc).
Os slings são os procedimentos cirúrgicos mais realizados na atualidade: esse tratamento minimamente invasivo nada mais é do que a introdução de uma fita de tecido sintético (polipropileno) ou tecido do próprio corpo do paciente, abaixo da uretra, por via vaginal, com o objetivo de aumentar a resistência uretral e reduzir a perda de urina.
Este procedimento rápido e seguro proporciona a cura da incontinência urinária em até 90% dos casos.
Existem vários tipos de slings:
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Transobturativos
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Retropúbicos
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Minislings
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B) Cirurgia de suspenção do colo da bexiga (cirurgia aberta convencional)
Existem várias técnicas de abordagem do colo-vesical e uretra por via abdominal.
C) Cirurgia de correção dos prolapsos genitais:
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Convencional
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Com telas
D) Esfíncter artificial:
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Dispositivo sintético que substitui o esfíncter previamente lesado (utilizado em casos raros).
E) Paliativos:
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Absorventes e fraldas.
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Cateteres